Em um movimento estratégico visando o fortalecimento da indústria automobilística brasileira, a Volkswagen do Brasil expressou, nesta quinta-feira, apoio à reimplantação da alíquota de 35% sobre a importação de veículos elétricos e híbridos. Durante a coletiva mensal da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o CEO da Volkswagen no país, Ciro Possobom, destacou a importância dessa medida como um mecanismo de proteção à produção nacional e estímulo ao desenvolvimento tecnológico local.
Diante de um aumento significativo na importação desses veículos — com cerca de 45,7 mil unidades trazidas ao país entre janeiro e maio de 2024, resultando em uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 2,5 bilhões —, Possobom salientou o risco representado pelos modelos estrangeiros para o mercado interno. Segundo ele, a adoção do imposto se alinha às práticas globais que visam incentivar a produção local e salvaguardar os empregos no setor.
Além disso, o executivo enfatizou a necessidade de transformar a indústria nacional em um centro exportador focado na América do Sul. Para isso, sugere-se a revisão de acordos comerciais e fomento à inovação como formas de elevar a competitividade do setor automotivo brasileiro.
A iniciativa da Volkswagen e Anfavea vai além da questão fiscal e aborda benefícios mais amplos associados à produção local de veículos elétricos e híbridos, incluindo:
- Maior controle sobre a qualidade e segurança dos produtos: A fabricação no Brasil permitiria padrões mais elevados de segurança e qualidade.
- Etiquetagem detalhada: Facilitação na identificação da origem dos veículos, sua pegada de carbono entre outros dados relevantes.
- Promoção da reciclabilidade: Potencial uso aumentado de materiais recicláveis e biodegradáveis na produção.
- Redução das emissões de gases nocivos: Contribuição significativa para o combate às mudanças climáticas.
- Estímulo à inovação: Maior investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no setor automobilístico.
Esse apoio pela antecipação do imposto — inicialmente previsto para julho de 2026 — reflete uma postura estratégica da Volkswagen frente aos desafios do mercado global. Apesar das críticas relacionadas à falta de opções nacionais que correspondam aos padrões tecnológicos e ambientais dos importados, essa medida é vista como um passo essencial para revitalizar a indústria automotiva brasileira.
A discussão proposta pela Volkswagen realça não apenas as preocupações imediatas com o equilíbrio comercial e fiscal, mas também destaca uma visão a longo prazo para o posicionamento do Brasil no cenário automotivo global. Enquanto o debate continua, fica evidente a importância de estratégias integradas que abordem tanto a proteção da indústria local quanto o avanço rumo à sustentabilidade e inovação tecnológica.
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Fonte: InsideEvs
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