Em meio às crescentes tensões comerciais, a Europa elevou recentemente os impostos sobre veículos elétricos produzidos por montadoras chinesas, uma medida que atingiu diretamente grandes nomes da indústria automobilística da China, como a BYD, e comprometeu significativamente as operações da GWM no continente. Em resposta, a China ameaçou impor taxas adicionais sobre automóveis de luxo europeus, uma manobra que mira estrategicamente o segmento de alto padrão, amplamente representado por motores acima de 2.5 litros.
De acordo com a Associação Chinesa de Carros de Passageiros, o mercado chinês absorveu cerca de 196 mil veículos europeus dessa categoria em 2020, marcando um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Marcas alemãs lideraram essa exportação, alcançando a cifra de US$ 1,2 bilhão em vendas para a China. O governo chinês propõe elevar o imposto sobre esses carros dos atuais 15% para 25%, aplicando a taxa uniformemente entre todas as montadoras, sem distinção ou favorecimento.
Em uma tentativa de mediar as crescentes tensões e encontrar uma solução harmoniosa para a disputa fiscal, representantes das principais montadoras envolvidas – incluindo SAIC, BYD e marcas europeias proeminentes como BMW, Volkswagen, Porsche e Mercedes-Benz – reuniram-se com o Ministério do Comércio da China em Pequim. Essa reunião a portas fechadas visou aliviar os ânimos e pavimentar o caminho para um entendimento mútuo.
Enquanto isso, no Brasil, o cenário também apresenta mudanças significativas. A partir de julho, a taxa de importação aplicada a veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in será aumentada de 10% para 18%, afetando diretamente o desempenho de marcas chinesas que têm conquistado uma fatia considerável do mercado brasileiro com modelos mais acessíveis e eficientes. Esse ajuste tributário tende a reconfigurar o mercado nacional desses veículos, influenciando diretamente nas estratégias das montadoras atuantes no país.
Essa guerra tarifária entre duas das maiores economias do mundo sinaliza um período turbulento para o setor automobilístico internacional. Enquanto negociadores trabalham em busca de um terreno comum para evitar maiores prejuízos econômicos e comerciais, o impacto dessa disputa no panorama global da indústria automotiva permanece incerto.
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