A BYD, gigante automobilística chinesa, tem enfrentado críticas no Brasil por optar por divulgar a autonomia de seus veículos elétricos com base em padrões chineses, considerados mais otimistas em relação aos estabelecidos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) no país. A questão central dessa controvérsia gira em torno das diferentes metodologias adotadas globalmente para calcular a distância que um carro elétrico pode percorrer após uma carga completa da bateria.
Desde o advento dos veículos elétricos, a indústria automobilística tem buscado formas de padronizar a medição de sua autonomia – um fator crítico na decisão de compra para muitos consumidores. O Inmetro, responsável por regular e estabelecer normas técnicas no Brasil, desenvolveu um padrão nacional com o intuito de fornecer uma medida realista e comparável entre diferentes modelos disponíveis no mercado brasileiro.
Contudo, algumas montadoras, como a BYD, têm se mostrado relutantes em aderir ao padrão brasileiro, preferindo manter as especificações originárias de seus países de origem. No caso da BYD, a empresa continua a promover seus veículos elétricos utilizando o padrão chinês para estimativa de autonomia. Esse método tende a apresentar números mais elevados de quilometragem por carga quando comparado ao critério adotado pelo Inmetro, gerando assim um cenário onde as comparações diretas entre diferentes marcas se tornam desafiadoras para o consumidor brasileiro.
O padrão brasileiro, embora possa ser considerado conservador por alguns fabricantes internacionais, desempenha um papel crucial na garantia de transparência e na facilitação da escolha informada por parte dos consumidores. A adoção uniforme dessas diretrizes permitiria uma comparação justa entre os modelos, destacando aqueles que efetivamente oferecem maior eficiência e autonomia.
A resistência da BYD em alinhar-se às normativas do Inmetro levanta questionamentos sobre a comparabilidade e a veracidade das informações prestadas aos consumidores brasileiros. A situação destaca a necessidade urgente de um diálogo construtivo entre as autoridades reguladoras nacionais e fabricantes internacionais de veículos elétricos, visando a harmonização das práticas de divulgação e garantindo que os compradores tenham acesso a dados confiáveis e comparáveis sobre a autonomia dos carros elétricos disponíveis no mercado.
A medida em que o Brasil avança em sua jornada rumo à eletrificação automotiva, torna-se imprescindível estabelecer um campo de jogo nivelado para todas as marcas presentes no mercado nacional. Somente assim será possível assegurar que os consumidores façam escolhas bem-informadas baseadas em informações precisas e padronizadas sobre o desempenho dos veículos elétricos.
Fonte: Autopapo
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