A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está intensificando suas ações no Brasil para enfrentar um aumento significativo nas importações de veículos, sobretudo oriundos da China. A entidade, que congrega algumas das montadoras mais tradicionais do país, está pleiteando não somente a aplicação imediata da alíquota máxima de imposto de importação, fixada em 35%, como também a implementação de cotas para veículos importados.
De acordo com Anfavea, o aumento nas importações está causando sérios prejuízos à produção automotiva nacional. A entidade argumenta que tal cenário ameaça diretamente a saúde e a continuidade das operações industriais no setor automobilístico brasileiro.
Em uma declaração preocupante, Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea, alertou sobre a possibilidade de uma paralisação nas linhas de produção já no segundo semestre deste ano, caso as demandas apresentadas ao governo federal não sejam prontamente atendidas. “Se não houver uma retomada da alíquota prevista, nossa capacidade de elevar a produção será severamente comprometida, podendo resultar até mesmo na interrupção das atividades em algumas fábricas”, enfatizou Leite.
O primeiro semestre já revelou uma inversão preocupante na balança comercial do setor, com as exportações totalizando 165,3 mil veículos contra 198 mil unidades importadas – um aumento significativo que supera os números registrados no ano anterior. Em 2022, o país havia exportado 230 mil carros e importado 144 mil no mesmo período. Esse desbalanceamento acendeu um sinal de alerta na Anfavea, dado o impacto equivalente à cessação da produção anual de uma grande fábrica.
Por outro lado, a Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores – posiciona-se contrariamente às medidas propostas pela Anfavea. José Luiz Gandini, presidente da Kia e representante da Abeifa, destaca a importância da previsibilidade para os importadores e critica as mudanças abruptas nas regras do jogo. “Uma quebra repentina nos acordos vigentes é ainda mais prejudicial do que a ausência desses. Por isso, estamos expressando nosso descontentamento com a proposição da Anfavea sobre o aumento imediato dos impostos sobre os veículos eletrificados para 35%, algo que contradiz o planejamento gradual já estabelecido até julho de 2026”, argumentou Gandini.
O embate entre Anfavea e Abeifa reflete as tensões crescentes no setor automobilístico brasileiro diante dos desafios impostos pela globalização e pelas mudanças nos padrões de consumo e produção mundial. Com o cenário atual exigindo soluções equilibradas, o governo federal encontra-se sob pressão para mediar essa disputa de interesses divergentes, visando salvaguardar tanto a indústria nacional quanto o mercado consumidor brasileiro.
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