Em 2022, um total de 12.058 motociclistas encontraram um fim trágico nas estradas do país, evidenciando uma preocupante média diária de mais de 33 mortes relacionadas a acidentes de moto, segundo as últimas estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, o ano de 2023 já registrou mais de um milhão de internações decorrentes de sinistros envolvendo motocicletas, sinalizando uma urgente necessidade de reavaliação das políticas de segurança viária.
Celso Mariano, especialista reconhecido e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, rememora uma decisão polêmica que data de 1997: o veto ao Art.56 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que propunha proibir a circulação de motocicletas entre as faixas, conhecida como condução nos corredores. Essa decisão foi motivada pela indispensabilidade das motocicletas para serviços de entrega, uma realidade que ganhou ainda mais relevância durante a pandemia.
O especialista alerta para o crescimento desmedido do número de motocicletas em circulação nas cidades brasileiras e os perigos associados a este fenômeno. Mariano aponta diversos fatores contribuintes para a alta taxa de acidentes envolvendo motos, incluindo deficiências nos veículos e falta de equipamentos de segurança adequados por parte dos condutores e passageiros.
Um aspecto crítico destacado por Mariano é a formação dos motociclistas. Ele argumenta que a preparação desses condutores vai além das práticas em pistas fechadas, levantando um debate global sobre os métodos mais eficazes para capacitar indivíduos responsáveis por transportar tanto pessoas quanto mercadorias.
A situação é agravada pela constatação de que, em 13 estados brasileiros, o número de motocicletas supera o de condutores habilitados na categoria A, indicando um vasto número de motoristas não licenciados e possivelmente despreparados. Mariano critica a falta de rigor na aplicação das leis e na fiscalização, especialmente quanto à necessidade de cursos especializados para motofretistas e mototaxistas.
Para enfrentar essa problemática, Mariano enfatiza a importância da conscientização sobre a gravidade dos riscos no trânsito para motociclistas e defende medidas abrangentes que envolvam legislação, fiscalização e educação. Ele ressalta que reconhecer o problema é apenas o primeiro passo; é fundamental adotar ações concretas visando não apenas ajustar as normativas e infraestrutura viária, mas também promover uma mudança significativa na mentalidade dos condutores.
A situação atual exige uma reflexão profunda e medidas efetivas para reduzir o número alarmante de mortes e internações entre os motociclistas no Brasil. Através da implementação de estratégias integradas que abordem tanto os aspectos técnicos quanto comportamentais, espera-se alcançar um trânsito mais seguro para todos.
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